terça-feira, 27 de agosto de 2013

Modo Filosófico

Hoje estou em modo filosófico, andei todo o santo dia a questionar uma série de coisas e acabei por me lembrar desta expressão: "quem semeia ventos colhe tempestades". O que me levou a pensar numa palavra muito específica (escolha). Pois é, nós somos o espelho das nossas escolhas, já que é através delas que podemos ter uma vida boa (no sentido filosófico) ou uma vida má. O cerne do nosso sucesso está nas escolhas que fazemos... nós temos o comando na mão, as decisões são nossas, há que aceitar as consequências, sejam elas quais forem.

Eu, se calhar, tenho uma visão de vida boa, um tanto ou quanto utópica, mas é assim que eu penso!

ATENÇÃO: Não confundir vida boa com boa vida, são coisas completamente antagónicas.


Para mim, uma vida boa é vivida com moral, ética, valores, princípios, bondade, solidariedade, integridade, carácter, partilha... enfrentar os desafios da vida com estas directrizes é difícil, se calhar até impossível, porque vivemos numa sociedade em que os mais fracos são marginalizados, onde não existe tolerância, onde a competição é intensa e feroz, onde a corrupção impera, onde vale tudo (até vender a mãe). É difícil, mas tudo depende de nós, da nossa força de vontade, da nossa maneira de ver o Mundo.

Está claro que os bens materiais, como por exemplo o dinheiro, são importantes para o nosso conforto, mas posso dizer, aberta e publicamente, que não troco os meus ideais e a minha integridade por milhões de euros, que possam vir a ser ganhos de uma maneira menos convencional (pronto, de uma maneira suja), só para ter um bom carro, uma casa com piscina, jóias... não vejo vantagem nenhuma nisso, eu prefiro lutar, poupar e comprar o que eu quero, com o "suor" do meu trabalho.

Não sou rica, às vezes digo que gostava de ser milionária e tal, mas isso sou eu a divagar... trabalho (muito), ganho pouco e não vai ser este trabalho que me vai enriquecer (continuo a tentar o euromilhões de vez em quando). Mas, a verdade é que tenho o que tenho e estou grata por isso.

Voltando às escolhas, eu escolhi não me casar, nem ter filhos. Não sofro por causa disso, porque fiz esta opção consciente das minhas limitações, e posso aqui dizer que não tenho a mínima vocação para esposa, mãe e dona de casa... não fui talhada para esta parte da vida de uma mulher. Como tal, não tenho qualquer tipo de frustração ou ressentimento.

Sinto, que não fiz as melhores escolhas ao longo da vida, por isso mesmo estou a pagar o preço (na área profissional). A pior escolha de sempre, foi quando permiti que a minha "amiga" ansiedade me passasse a dominar e trouxesse o medo para a minha companhia... paguei o pior preço por esta escolha, o isolamento, o sofrimento silencioso, a agorafobia.

Felizmente, para mim, decidi tomar as rédeas da minha vida e, lentamente, começo a ser autora, encenadora e actriz, deste teatro que me rodeia... mas, o medo ainda me acompanha (mais à distância, mas ainda sinto a sua respiração).

Para concluir, ainda não consegui uma vida boa, na sua plenitude, mas sinto que estou no bom caminho. Tudo o que faço, faço-o com honestidade e integridade. Luto, ferozmente, todos os dias para me livrar das nuvens negras. Não quero ser mau agoiro, mas acho que estou a fazer melhores escolhas e no futuro (espero que próximo) vou colher bons frutos.

10 comentários:

  1. Este post faz pensar que meu futuro será também assim, o isolamento.
    Simpatizo com a tua forma de ver a vida, o importante são os nossos valores, se deixarmos com que sejamos corrompidos é como a nossa identidade já não existisse.
    Continua a lutar pelo teu sucesso. ;)

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    1. Se achas que o isolamento faz parte do teu futuro, luta já hoje para mudar isso... sei do que estou a falar, não queiras isso para ti.
      Vou continuar a lutar e tu luta também!

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  2. Como dizia Platão, "uma vida não questionada, não merece ser vivida", e ter a capacidade de nos questionarmos e questionarmos o sentido da nossa vida ou se preferir, o sentido da existência humana numa visão mais existencialista, é um sinal de lucidez e de um pensamento consequente.
    Obrigada pela reflexão.

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    1. Reflectir, uma vez por outra, é sem dúvida algo positivo... acho que é essencial questionar!

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  3. Ser milionária não ia mudar quem és, mas é sempre bom pensar que poderíamos ter muitas coisas que até nos fazem falta ou ajudar amigos e família próxima porque se pode.
    Cada pessoa faz as suas escolhas e se as fizerem porque querem sem dúvida que a vida terá que correr bem, muita gente escolhe alguns caminhos porque podem parecer mais fáceis assim.
    Cada um recolhe o que dá à vida por isso dá coisas boas :)

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    1. Por vezes escolher o caminho mais fácil é confortável, pois não dá muito trabalho, mas mais tarde revela-se prejudicial... é difícil escolher bem.

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  4. Gostei de ler este post. És uma pessoa que está consciente da vida que tem, das coisas boas e das coisas más; que sabe assumir as escolhas que fez e as consequências que daí resultaram; que sabe as suas limitações e o que pode fazer com elas. Assim vale a pena viver. :):)
    beijinho

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    1. Ainda estou a aprender a fazer as melhores escolhas para mim... mas fazendo um balanço da minha vida, consegui perceber o que me limita... viver bem é uma aprendizagem contínua!

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  5. Ainda mal cheguei a este blog mas posso dizer que te admiro... É preciso muita presença de espírito para sabermos quem somos e basearmos as nossas escolhas nesse conhecimento apesar do que a sociedade teima em dizer-nos. Especialmente no que toca a casamento e a filhos. Há tanta gente que tem filhos e não deveria tê-los, por vários motivos. Há tanta gente casada que se casou apenas para agradar à família. Deveria haver mais gente com essa capacidade de ser honesta para si própria.
    Eu ainda estou na fase da descoberta. Neste momento sei que não me quero casar e acho que gostaria de ter filhos, pelo menos um, mas não tenho a certeza...
    Beijinho

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    1. É muito complicado fazer as melhores escolhas para nós, cometemos sempre erros, mas esses mesmos erros servem como aprendizagem...

      Eu que nos conhecermos profundamente é muito importante, porque só assim podemos escolher sabiamente e não seguir o "rebanho" só porque sim. Temos de ter plena consciência de que é aquilo que queremos... é complicado.

      Pensa em tudo o que queres para ti e estabelece prioridades, desde que te sintas feliz com o que tens, estás no bom caminho.

      Bjs

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