Nem tudo o que parece é

Se me pedirem para escolher uma cor, que descreva a minha alma, eu vou escolher o preto. Assim é ela, pessimista,  derrotista, insegura, medrosa... negra por completo. Sei que é uma perda de tempo, ter uma alma tão obscura e que devia, urgentemente, mudar de cor. Mas, saber é uma coisa,  fazer é quase impossível.

Podem dizer que nada é impossível de mudar, que só há uma coisa que não tem conserto (a morte). Eu digo que é quase impossível,  porque até agora ainda não se cruzou comigo, quem conseguisse clarear-me a alma, quem me motivasse para... quem entrou na minha vida só me rebaixou, não me deu o devido valor, não me aceitou como sou ou mesmo respeitou. Estas palavras são tristes e muito difíceis para mim, mas preciso de libertar cá pra fora tudo o que me oprime.

Também é triste, ninguém se aproximar de mim e tentar conhecer-me melhor... olham para mim, observam as minhas feições cerradas e afastam-se porque pensam que sou uma antipática,  que não quer conversas com ninguém.

Podem ficar sossegados, é apenas tristeza por ter consciência da negritude da minha alma.

Podem aproximar-se, falar comigo, puxar por mim, que as feições abrem-se e podem ver que não sou assim tão má como isso.

Nem tudo o que parece é!